O Pix, segundo sistema de pagamentos instantâneos mais usado no mundo em 2022, se tornou rapidamente muito popular entre os brasileiros. Contudo, o Banco Central (BC) tem projeções ainda mais ambiciosas para a ferramenta. No Relatório de Gestão do Pix divulgado nesta segunda-feira (04), uma das expectativas da autarquia é que o instrumento funcione sem internet.
Isso “tem potencial de ampliar o acesso e dar mais comodidade ao usuário, estimulando novas dinâmicas de uso e a substituição de meios de pagamento menos eficientes”, diz a autoridade monetária.
Atualmente, não é possível realizar uma transferência do gênero sem que o dispositivo do usuário acesse a rede. Nesse contexto, outra possibilidade, na visão do BC, é a tecnologia de aproximação. Seria semelhante ao que já ocorre com os cartões de crédito e débito.
Caso isso se concretize, segundo a autarquia, o Pix poderá ser usado como “pagamento de pedágio em rodovias, estacionamentos e transporte público”.
Parcelamento
Além disso, a autarquia projeta o parcelamento de compras por meio do Pix. Essa expectativa vem em meio à discussão do fim das divisões no cartão de crédito, como forma de compensar um eventual limite nos juros da opção crédito.
“Não há um modelo único sendo praticado. Há, por exemplo, soluções que vinculam uma concessão de crédito pessoal à transação Pix e soluções que permitem o pagamento de uma transação Pix na fatura do cartão de crédito. O BC monitora a evolução desse mercado e o uso dessas soluções, podendo, futuramente, caso julgue necessário, decidir pela criação de um produto único ou pela definição de regras mínimas a serem observadas pelas instituições”, declara.
Depósitos internacionais
Outra estimativa é que o Pix poderá ser usado como forma de pagamento para o exterior. Atualmente, apenas contas brasileiras estão integradas ao sistema de pagamentos instantâneos lançado em novembro de 2020.
“O Pix também poderá permitir, no futuro, a integração com sistemas de pagamentos instantâneos internacionais, viabilizando a realização de transações transfronteiriças entre o Brasil e outros países, como remessas, pagamentos entre empresas e pagamentos de compras de bens e de serviços no exterior. O BC vem acompanhando iniciativas ao redor do mundo, e o Pix já foi desenvolvido para facilitar esse tipo de conexão, adotando padrões internacionais de comunicação”.
‘Muitas novidades ainda serão implementadas’
No documento, o BC demonstra bastante otimismo com a forma de pagamento. “Muitas novidades ainda serão implementadas”, prevê.
“Certamente outros produtos e funcionalidades serão ainda vislumbrados e desenvolvidos conforme as demandas da sociedade e os aperfeiçoamentos estruturais e tecnológicos vindouros. Fato é que as inovações já experimentadas abriram caminho para a transformação digital nos meios de pagamento, não sendo mais possível retroceder”.
FONTE: R7